terça-feira, 14 de agosto de 2012

Linha do Tempo: Conquistas da Mulher na Sociedade


1838

Primeira escola exclusiva para meninas

A educadora, escritora e poeta Dionísia Pinto Lisboa, conhecida como Nísia Floresta, cria a primeira escola exclusiva para meninas: o Colégio Augusto, no Rio Grande do Norte.



1838
Foto: Acervo da Biblioteca Nacional
Crédito: Acervo da Biblioteca Nacional


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1879

 Mulheres no Ensino Superior

Até o final do século 19, a educação das brasileiras era restrita ao ensino fundamental. Em 1879, o governo brasileiro abriu as instituições de ensino superior do País às mulheres, por meio da Reforma Leôncio de Carvalho. Mesmo com a liberdade para obter títulos acadêmicos, as jovens que seguiam esse caminho eram sujeitas a pressões e críticas da sociedade.





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1887

Primeira brasileira a ter diploma universitário

Rita Lobato Velho Lopes torna-se a primeira mulher brasileira a receber um diploma no País, e segunda da América Latina. Ela formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia em 1887, um ano após a formatura da médica chilena Eloísa Diaz Inzunza. Alvos de preconceitos, as pioneiras encontraram muitas dificuldades para se afirmar profissionalmente.




1887

Rita Lobato foi a primeira mulher a formar-se em Medicina no Brasil
Foto: Laifi
Crédito: Laifi


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1899

Primeira mulher no Tribunal de Justiça

Depois de enfrentar inúmeras dificuldades para ser reconhecida oficialmente como advogada, Myrthes de Campos foi a primeira mulher a ser admitida no Tribunal de Justiça Brasileiro para defender um acusado. O caso foi muito comentado à época pelo final triunfante para a pioneira: libertou seu cliente, desbancou um promotor tido como imbatível e fechou a estreia da advocacia feminina no Brasil com uma vitória incontestável.




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1906

Maior organização das mulheres em sindicatos

Durante o I Congresso Operário Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro (RJ), ficou estabelecida a necessidade de organização das mulheres em sindicatos. No ano seguinte, uma greve de costureiras dá início a um movimento generalizado pela redução da jornada de trabalho para oito horas diárias. O movimento cresceu ao longo do século e passou também a ter forte atuação forte no campo. A ativista Margarida Maria Alves (foto) é um símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores rurais. Assassinada em 1983, o legado da sindicalista é lembrado anualmente pela Marcha das Margaridas, que ocorre anualmente em Brasília.



 1906
Foto: Acervo Fundação Margarida Alves
Crédito: Acervo Fundação Margarida Alves



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1917

Ingresso da mulher no serviço público

Após a realização do I Congresso Operário Brasileiro em 1906, a classe feminina ganhou mais uma luta na conquista de seus direitos com a liberação do ingresso da mulher no serviço público do Brasil, em 1917. A primeira servidora pública do País foi Joana França Stockmeyer, que trabalhou na Imprensa Nacional, órgão que registra diariamente a vida administrativa do Brasil pelos Diários Oficiais.




1917
 Foto: Acervo Imprensa nacional
Crédito: Acervo Imprensa nacional


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1919

Conselho Feminino Internacional do Trabalho

Neste ano, as brasileiras Bertha Lutz e Olga de Paiva Meira representaram o País no Conselho Feminino Internacional do Trabalho. Durante a Conferência do Conselho foi aprovada a equiparação salarial, sem distinção de sexo, para o mesmo trabalho. Cada Estado seria obrigado a organizar um serviço de inspeção para assegurar o cumprimento dos regulamentos de proteção às mulheres trabalhadoras do Brasil.



1919
Foto: Divisão de Impressos e Fotografias da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos
Crédito: Divisão de Impressos e Fotografias da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos


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domingo, 12 de agosto de 2012

Homenagem a sabedoria dos pais através da crônica a carroça vazia








Certa manhã o meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque. Deteve-se subitamente numa clareira e perguntou-me:

- Além dos pássaros, ouves mais alguma coisa? Apurei os ouvidos e respondi:

Estou a ouvir o barulho de uma carroça.
- Isso mesmo, disse o meu pai, de uma carroça vazia.

Perguntei-lhe:
- Como sabe que está vazia, se ainda a não vimos?

- Ora, é fácil! Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.

Cresci e hoje, já adulto, quando vejo uma pessoa a falar demais, aos gritos, tratando o próximo com absoluta falta de respeito, prepotente, interrompendo toda a gente, a querer demonstrar que só ele é dono da verdade, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai a dizer:

- Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!


*Desconhecido


 

 



sábado, 4 de agosto de 2012

Fênix: uma reflexão sobre o recomeço












A Fênix é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da fénix é sua força que a faz transportar em vôo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo se transformar em uma ave de fogo.

Teria penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. A vida longa da fénix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Aproveito para inserir que para nós em tempos atuais a Fênix pode ser o símbolo da nossa vida porque hora e outra entramos em auto-combustão e a cada dia somos desafiados a nascer de novo.


A todas(os) Fênix um bom dia e ótimo voo. 




sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Caçulinhas para a Alma








Infelizmente a ilusão do ter “sempre mais” oriunda deste sistema capitalista nos tirou não somente o tempo, mas tirou com ele pequenas coisas as quais o dinheiro não pode comprar.

Pequenas coisas que podem ser importantes para nós, mas que lamentavelmente só percebemos seu real valor quando elas não estão mais conosco.
É bem verdade que atualmente contamos com uma diversidade imensa de produtos e uma facilidade para suprir “nossas necessidades” em todas as épocas e todas as datas.

Quando se aproxima uma data comemorativa o comércio se abastece de tal forma que nos contagia, e as facilidades para as compras driblam até mesmo os mais “econômicos”.

Mas, eu quero relembrar o prazer que pequenas coisas nos davam e pelas quais aguardávamos o ano inteirinho.
Desejo compartilhar o prazer que era tomar uma caçulinha no final de ano.
Isso mesmo! Uma simples caçulinha era o que proporcionava o mega, o máster, o hiper, o super! Prazer da espera pela festa de natal.

Na época chamávamos de sodinha, independente se o refrigerante era guaraná, soda ou abacaxi, o tamanho da garrafa identificava o refrigerante como sodinha.
Cada criança ganhava uma garrafinha e seguia um ritual para tomá-la.
A tampinha era furada com um prego e ao longo do dia a bebida era degustada bem devagar.

Não havia nenhuma preocupação se a bebida estava gelada ou não, se ainda tinha gás ou não, guardávamos (na verdade escondíamos) aquela garrafinha e tornávamos a pegá-la, tomávamos um golinho e repetíamos a mesma cena por várias vezes, e era assim ao longo daquele dia, muita coisa girava em torno daqueles 200 ml.

A mesa era arrumada e sobre ela eram postas as comidas que as mães e as tias preparavam, não tinha produtos importados, não precisava de azeites caros ou condimentos famosos, acredito que os bobs nas cabeças, os vinhos e as prosas dos homens e a bagunça das crianças davam conta de suprir qualquer tempero e tudo aquilo tinha um sabor tão bom que gerava na gente um sentimento tão gostoso que fazia a gente já desejar o próximo Natal.

Os brinquedos que ganhávamos eram de plásticos e sem movimentos, mas eles não precisavam se mexer, a gente os mexia, e nós brincávamos e os brinquedos brincavam com a gente.



A gente simplesmente brincava!


Hoje o brinquedo canta, dança, se move sozinho, a mesa está mais farta do que nunca e os temperos vieram de todas as partes do mundo e realmente coisas e coisas vieram, mas os bobs se foram, o vinho e prosa acabaram, e o barulho das crianças cessou, e o sabor mudou.

E o pior de tudo é que não sabemos onde guardamos a caçulinha?

Em que parte do tempo ela se perdeu?

E quem consegue dizer o que de fato perdemos?

Há mais alguém além desta nostálgica que sente falta da caçulinha?

Quanto a você não sei o que desejas, não sei o que precisas para te sentires feliz.

Quanto a mim, meu coração tem sede de sodinha, e a minha alma pede uma mais porção de caçulinha!!!






quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A fábula da Corrupção











Corrupção: crime contra a sociedade 

Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69º lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada como um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido  muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anualmente ela representa 84.5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil,  poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.
        
 Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa compreender este perverso processo criminoso.
         
Comecemos com a palavra corrupção. Ela tem origem na teologia. Antes de se falar em pecado original, expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: corrupção é ter um coração (cor)  rompido (ruptus) e pervertido. Cita o Gênesis: “a tendência do coração é desviante desde a mais tenra idade”(8,21). O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer:“somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. Em outras palavras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue suatendência.
         
Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural.
         
A histórica: somos herdeiros de uma perversa herança colonial e escravocrata que marcou nossos hábitos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violentas e injustas. Então as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas a corromper. Quer dizer: subornar, conseguir favores mediante trocas, peculato (favorecimentoilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu  origem ao jeitinho brasileiro, uma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.
         
A política: a base da corrupção política reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalismo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse  sua e organizaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. Há um neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, médios de comunicação) a apaniguadospolíticos.
        
 Devemos dizer que o capitalismo aqui e no mundo é em sua lógica, corrupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a dominação do capital sobre o trabalho, criando riqueza com a exploração do trabalhador e com a devastação da natureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos  de classe. Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois  a democracia supõe uma igualdade básica dos cidadãos e direitos garantidos, aqui violados pela cultura capitalista. Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os gerais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consolidado e muito menos um Estado de bem-estar social. Esta situação configura uma corrupção  já estruturada e faz com que ações corruptas campeiem livre e impunemente.
         
Cultura: A cultura dita regras socialmente reconhecidas. Roberto Pompeu de Toledo escreveu em 1994 na Revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos dizer:  quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centralizado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.
         
Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico  Lord Acton (1843-1902): ”o poder  tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. E acrescentava:”meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se corrompem”.
         
Por que isso? Hobbes  no seu Leviatã (1651)  nos acena para uma resposta plausível: “assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”. Lamentavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas ao invés de se apoiar no poder da sociedade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o caminho curto das alianças e dos acordos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado. Oxalá possa ainda ser resgatado.
        
 Como combater a corrupção? Pela transparência total, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. E lutar para uma democracia menos desigual e injusta que a persistir assim será sempre corrupta e corruptora.

Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor


Estamos vivendo mais um importante momento no cenário político brasileiro neste ano de 2012 que são as eleições municipais. É hora de fazermos um balanço das escolhas anteriores, e novamente exercer nosso direito de voto no próximo dia 07 de outubro, lembrando que toda escolha tem uma consequência: VOTE CONSCIENTE pois serão por 4 anos que alguém estará te representando na Câmara Municipal da sua cidade.